terça-feira, 30 de setembro de 2008

Não acredito nos mortais

Do que adianta construir e reconstruir tua imagem?

As pérolas que resgatei são invenções minhas

Nunca existiram.

Vivi um sonho,

Como todos aqueles que insisto em reproduzir mesmo com olhos abertos.

Mas o sonho acabou

E é preciso seguir em frente.

É preciso esquecer as cores que pintei

Tenho que deixá-lo preto, branco, cinza.

E, lutarei ainda, para acabar com a nitidez de cada imagem.

Só não descobri ainda como apagar o brilho daquela lua...

Das estrelas...

Do sol...

Como esquecer a cor daquele espetáculo que preparei minha alma para recebê-lo...

Não

Eu também não acredito nos mortais.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Caminho da felicidade

Saí para ser feliz

E nunca mais voltei,

Pois o caminho para a felicidade é tortuoso demais.

Disseram-me que eu deveria caminhar a pé...

“Mas o caminho é longo demais”

Respondi eu.

Disseram-me, ainda, que eu deveria caminhar com pés descalços.

“Mas o caminho tem pedras demais”

Novamente respondi eu.

Disseram-me que eu nada poderia levar comigo:

Nem água,

Nem roupas,

Nem alimento.

E eu ainda ousei responder:

“Dessa forma morrerei antes de chegar lá.”

E foi por isso que desistiram de ensinar-me o caminho.

Nunca fui capaz de contentar-me com as dificuldades,

Com as angústias,

Com os tormentos...

Minha morte teria sido muito mais bela

Naquele longo caminho,

Pisando em pedras,

Sem nada no corpo.

Agora estou eu aqui,

Morrendo

Sem ao menos ter tentado.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O casamento e a morte


Alguns acreditam que o casamento é o que há de mais belo na vida,

Eu não... para mim, a morte é muito mais bela.

O casamento é superficial, dias e dias de preparo,

Em busca da beleza e da perfeição inexistente.

A morte já é perfeita, bela por natureza, não exige dedicação...

Surpreende com vigor...

Casamento? Todos sabem o resultado...

Começo bom, meio médio, final ruim...

Nunca é como se sonha...

Vezes é até bem representado em alguma novela...

Mas a morte não!

Ela é um mistério, e só em pensá-la

Dá aquele frio na barriga,

Aquela ânsia de adivinhação...

Nem a arte, mais bela de todos os sentidos, conseguiu desvendá-la, demonstrá-la...

Casamento só fica na lembrança de quem protagonizou...

A morte fica na alma daqueles que estiveram presentes antes da sua chegada,

Daqueles que esquecerão as mágoas do ser que a morte levou.

Casamento é tudo igual,

As mesmas cores,

Os mesmos rituais...

A morte... nunca se sabe como ela vem... é única, indescritível.

Sim, talvez seja desnecessário comparar aspectos óbvios...

Mas, pense!

O casamento ninguém sabe quando virá, se é que virá...

A morte é nossa única certeza...

É por isso que todos os dias me arrumo:

Roupa,

Brinco,

Sandália,

Para receber elogios...

Pois só assim terei a certeza de que, quando ELA chegar,

Estarei bela, como nunca.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Liberdade


Preciso abrir os braços!

A tecnologia avança,
As pessoas enriquecem,
O país se transforma,
A natureza surpreende...

Mas a única coisa que desejo é abrir os braços.

As crianças já estão mega informadas,
Os jovens vivem ilimitadamente cada momento,
Os adultos lutam para alimentar o capitalismo,
Os idosos aproveitam seus últimos instantes de vida.

E Eu...
Continuo sonhando com o dia em que abrirei meus braços.

A máquina já é mais “útil” que o homem,
Os valores humanos ficaram no século passado,
A busca pela beleza exterior já superou a busca pela beleza interior...

E meus braços continuam fechados, esperando uma oportunidade...

Pessoas buscam melhores empregos,
Melhores salários,
Vida tranqüila,
Alegria infinita...

Eu continuo buscando abrir meus braços...

A modéstia superou a humildade,
O terreno superou o divino,
O desejo superou o amor,

E eu aqui sonhando... sonhando em abrir meus braços!!!


Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"