terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sepultamento


O nosso amor,

Assim como as flores,

Morreu...

As pétalas secas, murchas, caídas,

Recordam meu coração desamparado.

Tuas angústias são como os espinhos

Que por ora tentei retirar...

E continuam ali, nas rosas,

Aguardando o seu destino, o seu fim.

Amor que um dia foi como essas rosas em vida.

Amor que um dia me manteve enlaçada,

Louca, desvairada...

Amor eterno e infinito que hoje acabou depois de cruzar a segunda esquina.

É preciso chorar as lágrimas que restaram

É preciso sair do discurso passado

Assassinar os últimos sonhos

Para que se possa enterrá-los com as primeiras desilusões.

Vamos sepultá-los!

Pegarei um punhado daquela areia negra, que virou lama,

E jogarei sobre esse túmulo

Sinal de último esforço diante desta vida insana.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dor...

Quão grande é essa dor infinita e eterna
Que corrói o peito e vai soprando a alma pra bem longe.

Dor demasiada e angustiante
Com sentido confuso
E capa transparente
Conteúdo aglomerado,
Misturado,
Diverso.

Dor larga e profunda
Invasora, insana e inescrupulosa
Assassina, de má índole;

Dor fervorosa
Sorridente e eficaz,
Rápida destruidora de sonhos,
Desapegada a idealizações.

És forte e preponderante,
Destemida e impactante.
Tens a firmeza de uma rocha
E a segurança diabólica
Arrasando as construções “perfeitas”

Ah dor!
Quero tua ausência,
Teu fim,
Teu não-existir.

Ser tudo ou nada.

A vergonha do que fui

Supera a vergonha do que sou

Porque o que sou

É o resultado do que fui

Resta-me o resultado do que serei:

Mórbida,

Inerte,

Incrédula...

E o que vier será lucro.

Minh’alma resistirá ao TUDO

Mesmo sabendo que o tudo por vezes é NADA.

E sendo NADA, impossível ser TUDO.

O importante é ser um só.

Mesmo que ser único signifique ser vários,

Insistirei em ser uma apenas.

Para que, assim, ninguém tenha dificuldade de encontrar-me.

Só eu tenho esse direito

De perder-me quando for necessário,

Ou, quando, simplesmente, eu achar por bem perder-me...

E, nessa hora, infeliz de quem ousar encontrar-me,

Farei questão de desunificar minha alma,

Para esconder-me debaixo das máscaras,

Máscaras fixadas em meio ao nada...

Sempre prontas a me receber.

Repito: este o meu futuro...

Ser um apenas,

Mesmo que ser um signifique ser vários...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Alma suja

De tão pequeno e mesquinho
Perdeu-se no esgoto ao tentar um mergulho acrobata...
Engolindo a lama podre
Engasgando-se com a água negra
Sentindo a dor do impulso da queda
Foi morrendo gradativamente...

A multidão caminhava por cima do bueiro
Ninguém imaginava o que havia por baixo dali
Era pequeno demais para se perceber a olho nu.

O mundo não parou!
Os pés pisavam o cimento que o cobriam.
O velhinho, com sua banca de bombons,
Cuspia aquele buraco, seu vizinho.

O pequeno afogou-se.
Boiou junto aos moradores daquele lugar...
Inteiramente na sarjeta,
Ninguém o viu
E nem verá.

Ela sobre ele e vice-versa...





Ele, tranqüilo, amoroso, suave e encantador, guarda dentro de si uma tristeza inexplicável, que aos poucos começo a desvendar...


Ela se preocupa com coisas que vão além de suas forças, ela precisa encontrar um caminho melhor a seguir, ela precisa desafogar o peito.


Ele é cauteloso, dedicado, apreciador de todas as coisas e pessoas, capaz de confundir e, ao mesmo tempo, explicar. Amante incondicional da vida!


Ela brilha como um raio de sol, ela sente o inevitável, ela procura o velho em coisas novas, ela procura aquilo que precisa sentir e é isso que a mantém acesa.


Ele na sua simplicidade torna-se grande, na sua humildade torna-se soberano, com seu sorriso alegra o espírito de quem estiver perto...com seus lábios consegue proferir as melhores palavras... não as que se quer ouvir, mas as que se deve ouvir...


Ela fala sobre a minha humildade, mas ela é gentil, ela sabe te conduzir, adora jogos de amor, se sente nas nuvens, ela precisa realmente ser amada...

A saudade de um dia...

A saudade é para os fracos!
Tens saudade de mim?
Então tens pensamento incoerente
Ou não me amas como deverias.
Absurdo isso!
Chega a ser irritante.

Pois eu não tenho saudade de ti.
Simplesmente porque nunca estás ausente.
Só posso ter saudade do que não está presente.
Ora,
Acorda!
Você está 24 horas dentro de mim!

Perdição

Tentando compreender o incompreensível perdi-me.
E nessa perdição resolvi ficar e viver
Como se nela pudesse um dia encontrar a salvação.

E assim fui vivendo...
Esqueci de mim, lembrei de você,
Pensei nela, busquei outros...
Em nada acreditei.

Desisti de tentar encontrar solução,
Ali permaneci,
Na perdição...
Sem forças pra voltar,
E sem lembranças de onde era o princípio...

Você...




Doce e raro surgiu como o sol entre nuvens escuras...
Com olhar centralizado no tempo
E as palavras retiradas do coração
Vai moldando o ser que se apresenta de maneira, tantas vezes, inexplicável.
Sua alma, retalhada e costurada, busca a cada instante renovar-se...
E com seu sorriso consegue transmitir a simplicidade existente por trás da grandeza...
És belo não pelos olhos ou pela boca maravilhosa que Deus lhe deu,
És belo pela natureza do seu espírito e pela imensa bondade que carrega no peito.
Seu coração, de tão grande, nem cabe nesse mundo,
Por isso, tantas vezes viaja, procurando mais espaço.
Consegues transmitir uma paz inigualável,
Consegues ser o que queres ser, no momento que desejas...
Por isso acredito em você!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Folha em branco

Como uma folha em branco
Entrego-me a ti.
Pronta para ser escrita,
Rabiscada,
Desenhada,
Preenchida.

Deixarei que construa em mim
A história mais bela
Mais perfeita
E mais sonhada.

Ficarei à mercê do vento
E de você.
Pronta para obedecer.

Sou tua.
Simplesmente tua.
Aguardando ser tomada
E preenchida.

Se fechar os olhos
Posso sentir teus dedos
Percorrendo minha face branca
Preparando-se para escrever em mim
As palavras tão esperadas.

Escreve em mim!
Estou esperando...
Mal posso ver a hora
De sentir você rabiscar meu corpo
Com tintasAzul e branco.

Pois, com certeza,
Quando se aproximares,
Deitar-me-ei sobre as nuvens
E me sentirei no céu.

O vidro

Há um vidro...
Um vidro que separa os dois lados.
Tento em vão alcançar-te,
Tocar-te,
Aproximar-me,
Mas o vidro é resistente demais...

Você do outro lado,
Com seu sorriso,
Sua alegria,
Seu balbuciar...

Em vão tento ler seus lábios,
Tocar seus lábios,
Sentir seus lábios,
Mas o vidro é frio
E começo a me desesperar...

Triste destino,
Vidro infinito,
Nenhuma passagem secreta à vista...
Quanto terei que caminhar
Na tentativa de encontrar
uma falha nesse vidro?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ela

Deveria viver coerentemente o amor,

Caminhar com passos firmes,

Ouvir e falar palavras desejadas,

Cantar por ser amada,

Subir no andar da maturidade...

Mas, de tão ousada,

Fez o contrário:

Questionou o amor,

Embebedou-se no meio do caminho,

Duvidou de sentimentos puros,

Gritou com os inertes,

Lutou por dignidade,

Subiu no prédio da vida plena,

Pulou do andar da responsabilidade,

Caiu no mar da insanidade,

Mergulhou sem dó, nem piedade,

Afogou-se com sorriso nos lábios,

Suspirou deixando uma imensa saudade,

E foi viver no mundo da LIBERDADE...

Lá, tudo é perfeito,

Cada pessoa convive alegremente com a imperfeição,

Todos têm a liberdade de deitar nos ombros umas das outras,

Sorrir alto,

Gritar na rua,

Andar de cara limpa...

Lá, as pessoas caminham descalças,

Se entregam sem medo,

Falam o que querem,

Fazem o que podem,

E nunca finalizam os deveres de casa.

Lá, todo mundo ri até chorar,

E todo choro acaba em riso...

O sofrimento dura segundos,

A canção toca eternamente,

As pessoas dançam sem parar...

Enfim, só no Mundo da LIBERDADE

Há uma possibilidade de se encontrar a tão idealizada,

Sonhada,

Desejada,

FELICIDADE!

Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"