terça-feira, 28 de outubro de 2008

Insensibilidade


O sentir perdeu o sentido,

Frieza e insensibilidade vão ocupando seus grandes espaços.

Não há porque empolgar-se diante de grandes façanhas,

Tudo é comum,

Sem graça.

E a vida vai se tornando repetitiva,

A mesma atividade no mesmo horário de todos os dias...

Mesmo rosto,

Mesmas idéias,

Nada de renovação.

Quem, por um acaso, ousar roubar essa “tranqüilidade”,

Com um grito, talvez,

Arderá no mármore da exclusão

E será apelidado negativamente de sonhador,

Idealista,

Incapaz...

Abaixo os sensatos,

Organizados,

Cautelosos,

Puristas...

Viva os desapegados,

Loucos,

Amantes da vida!

Chega dessa linearidade absurda,

Angustiante,

Cortante...

Vivamos!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Um brinde

Hoje vou oferecer um brinde...

Um brinde aos que beijam e sorriem a cada encontro,
Aos que abraçam e gemem na despedida,
Aos que, mesmo chorando, são capazes de sorrir...
Aos que, mesmo sorrindo, são capazes de fazer brotar as lágrimas mais cobiçadas...

Ofereço um brinde aos que dizem a verdade segurando as mãos,
Aos que fazem análise sem receber pagamento.
Aos que ouvem, mas também sabem falar,
Aos que magoam e que também sabem perdoar...

Hoje quero festejar com as mais profundas palavras
A alegria de poder brindar a existência...
Existência de pessoas fiéis,
Companheiras,
Intensas...
Capazes de enxergar a vida com a luneta mágica da bondade...

Quero brindar àqueles que me deixam saudades quando longe,
Que me trazem felicidade quando perto,
Àqueles capazes de aquecer as noites mais frias,
E amenizar o calor das noites mais quentes...

Hoje desejo isso apenas:
Um brinde aos que posso, com orgulho,
Tê-los sempre ao meu lado...
Agradecendo-lhes, com esse gesto,
O que me doam sem limites
E que a recebo como a maior das preciosidades:
Que é a verdadeira amizade!


sábado, 11 de outubro de 2008

Concha da Inércia

Tantas vezes estática
Observando o tempo passar
Como se o tempo fosse algo concreto
Capaz de enxergar meu eterno aceno.

Sentada à beira-mar,
À beira-rio,
À beira-avenida,
À beira-tudo,
Só para observar o mundo caminhar.

Invisível aos olhos dos que agem
Pernas pesadas para andar,
Mente estática, mas tranqüila,
Esperando a o melhor momento de ultrapassar...

Ultrapassar a beira....
Beira-rio
Beira-avenida
Beira-tudo
Beira-mar.

Matéria desobediente ao espírito,
Discurso que se perde a cada gesto,
Impossível feição de angústia ou felicidade,
O mundo não incomoda mais.

Observar...apenas observar...
O velhinho que passa,
O jovem que dança,
A menina que chora...

O que importa?
Minha inércia continua
Nem felicidade, nem infelicidade me angustiam,
O mundo continua a girar.

Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"