sábado, 11 de outubro de 2008

Concha da Inércia

Tantas vezes estática
Observando o tempo passar
Como se o tempo fosse algo concreto
Capaz de enxergar meu eterno aceno.

Sentada à beira-mar,
À beira-rio,
À beira-avenida,
À beira-tudo,
Só para observar o mundo caminhar.

Invisível aos olhos dos que agem
Pernas pesadas para andar,
Mente estática, mas tranqüila,
Esperando a o melhor momento de ultrapassar...

Ultrapassar a beira....
Beira-rio
Beira-avenida
Beira-tudo
Beira-mar.

Matéria desobediente ao espírito,
Discurso que se perde a cada gesto,
Impossível feição de angústia ou felicidade,
O mundo não incomoda mais.

Observar...apenas observar...
O velhinho que passa,
O jovem que dança,
A menina que chora...

O que importa?
Minha inércia continua
Nem felicidade, nem infelicidade me angustiam,
O mundo continua a girar.

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