quinta-feira, 26 de junho de 2008

Decisão

Foi uma decisão difícil
Noites em claro,
Dias em escuro,
Pensamentos centrados,
Olhos arregalados,
Estresses instantâneos...

Foi como montar e desmontar um quebra-cabeça,
Ou como jogar xadrez nos mais significativos momentos de sonolência,
Como fazer mágica com o baralho para mim mesma.

Nada de novidade,
Nada de extraordinário,
Nada de surpreendente,
Ou de excepcional...

Talvez, por isso, complexa,
Mas esperada...

Escolhi ser feliz!
Por isso lá vou eu ser feliz e já volto!

sábado, 14 de junho de 2008

Mundo sem brilho


Escureceu...
E diante dos meus olhos não consigo perceber a beleza do mundo,
Tudo perdeu o brilho,
Nem a lua ousou clarear essa noite.

Já conheço a casa,
Essa é minha sorte,
Posso caminhar sem me machucar.
No entanto o mundo perdeu o sentido
Perdeu o colorido,
Tudo é escuridão.

Vejo sombras, apenas.
Ouço vozes confusas,
Mas o mundo perdeu o brilho,
Faltou luz.

Meu Deus,
Até quando essa escuridão vai durar?
Parece que estou cega,
Mas não, foi o mundo que escureceu...

Tanta beleza que enxerguei outrora,
Ficou apagada,
Esquecida,
Porque, por ora, a escuridão dominou o mundo.
Mas ficaria tranqüila se eu soubesse
Até quando essa escuridão vai durar...

A dúvida e o nada



A dúvida consome os últimos grãos de sandice
Que existem perdidos no meio do caminho.
Grãos minúsculos,
Vistos apenas por olhos microscópicos
(que não é o caso dos meus).

E entre o ser e o não ser ainda existe a misteriosa opção
Que ainda não consegui desvendar.

Mas, sei que existe.
Talvez invisível, fantasmática...
Mas existe.

Dúvida insana.
Inescrupulosa,
Intrusa.

Penetra sorrateiramente o espaço vazio da mente.
E o que era nada agora é dúvida.

Entre o nada e a dúvida eu escolheria o nada.
E pronto.
E ponto.
Seria a pacífica perfeição vazia.

Entretanto,
O nada foi substituído.
E o substituto não poderia ser pior:
Esse sentimento infernal da dúvida.

Surpreenda-me

Surpreenda-me

Surpreenda-me se puder
Convença-me de que sou como ousas pensar que eu seja,
Diga-me com o olhar, se for capaz,
Use a telepatia se for preciso.
Mas, surpreenda-me!!!

Surpreenda-me, se quiser,
Pois estou cansada dessa linearidade absurda e fantasiosa,
Estou cansada desse caminho que tive a fútil idéia de construir...
Apareça neste caminho! Vamos!
Surpreenda-me, se for capaz!

Não, não quero que me venha com romantismo fajuto,
Nem com frases feitas...
Quero o que denominam
Impossível,
Ilimitado,
Infinito
Ou, até, inexistente...

Isso mesmo!
Quero o que os olhos humanos não têm a sensibilidade de ver.
Quero além!
Por isso, peço:
-Surpreenda-me!

Fale-me o que ainda não me disseram,
Conte-me uma história inédita.
Crie versos, teorias,
Mas surpreenda-me!!!

E clamo por isso, porque sei que és capaz.


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Não vejo, apenas sinto

Fecho os olhos para o mundo que tentam me impor a cada instante. Vivo independente dele. Meu olhar está centralizado. Só consigo ver o que egoistamente quero: aquilo que não me incomoda, aquilo que não me surpreende, aquilo que não me emociona. Não procuro emoções fantásticas, nem sentimentos exacerbados. Não procuro nada. Vivo o que a vida me oferece. Não corro atrás dela. Tenho sido orgulhosa. Prefiro não pedir, não exigir. E enquanto meu orgulho vai tomando conta de minha alma, o mundo vai acabando... os pedintes continuam nas mesmas esquinas, parecem que se eternizaram ali... peles macias continuam ganhando espaço na telinha...do outro lado do rio as casas continuam a desabar... e algumas garotas ainda vestem-se de coragem para vender prazer. Mas eu não vejo nada disso. Porque meu mundo está fechado com paredes de concreto. Meu caminho é o mesmo todos os dias. A única coisa que muda em minha vida é meu corpo... apenas meu corpo que vai se decompondo a cada dia. Sinto as marcas do tempo tomando conta de mim. Não as vejo, mas sinto-as. Eis o problema: ainda sei sentir, e a dor do sentir é bem maior que a do ver. No entanto ainda não aprendi a parar de sentir. Será que alcançarei essa dádiva?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Hoje

O caminho que me levava ao infinito perdeu a direção e agora procura qualquer sentido que o leve de volta ao princípio. Mas não quero voltar. Não quero desperdiçar o caminho já percorrido... quero aproveitar cada segundo do que foi vivido e reconstruir, a cada passo, o meu próprio caminho. No entanto preciso de algumas coisas. Preciso de pedras que sirvam de base para o chão onde vou pisar. Preciso de rosas para deixar a estrada bela, para os próximos que necessitarem passar por ela. Preciso de água pra matar a minha sede durante a caminhada. Preciso de um pente para ajeitar meus cabelos, de roupas para trocar quando o suor tomar conta de alguma delas, e de sandálias, pois tenho certeza que caminharei muito e desgasterei muitas... Ah!! Vou precisar também de perfurme, pois quero chegar com cheiro bom do outro lado... Necessitarei, também, de caneta e papel para relatar as sensações vividas no caminho... Ah! Mas nada valerá a pena se não estiveres comigo, se não me ajudares a construir o caminho, se não me ajudar a jogar as rosas, ou jogar as sementes para que possam brotar naturalmente. Preciso muito mais de você, do que de tudo isso...

Querer-te e Ter-te

Espero de ti mais do que pode dar-me
Porque sou ambiciosa
E tenho prazer em querer sempre mais...

No entanto, agora, o prazer confunde-se com a dor,
Não tenho sentido prazer em querer,
Pois o quero, mas não o tenho...
Percebi que ter é bem melhor do que querer.
E isso me angustia.

Tenho deitado mais cedo
e acordado mais tarde.
Pois penso que só assim posso tê-lo...
Tê-lo em meus sonhos.
Assim durmo muito mais do que poderia...
Muito mais do que deveria...
Tudo para ter o prazer de tê-lo,
Pois querê-lo agora me entristece.

Tão bom ter-te...
Ter-te inteiro,
Fiel,
Soberano,
Chega a ser divino o meu sonhar...

Agora já vou,
Não posso me demorar,
Preciso ir,
Preciso sonhar!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Dentro ou fora do mundo?


Tento, em vão, transformar o que me atormenta. Mas o invés de chutar as pedras, tenho pulado por cima delas, com medo de me machucar. Cada pulo equivale a um grito de covardia diante do que passa diante dos olhos. E nem preciso de meus óculos para enxergar o que se passa, pois minha alma compreende muito bem... compreende tanto que chega a confundir-se diante de tanta contradição e insegurança, as quais insistem em ocupar o espírito abatido que habita em meu corpo. Tanta obscuridade... me parece o labirinto no qual um dia estive inserida. É como se eu tivesse o poder de entrar dentro de mim e afogar-me bem devagar, como se essa demonstração de fraqueza me levasse ao êxtase. E estando dentro de mim, estou fora do mundo. Mas se eu morrer afogada dentro de mim, indiscutivelmente volto ao mundo. E nem sei o que é o melhor, se é viver nele ou fora dele.

Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"