quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Grão

O consolo é a efemeridade.

Cada grão que escapa por entre os dedos

Não será lembrado em sua essência.

Apenas um grão

Caído

Esquecido

Em algum caminho obscuro...

Com a mão cerrada

Aperto os grãos que me restam

Chegando a esmagá-los, a sufocá-los,

Num gesto de desespero...

Tenho a sensação de que minhas veias vão explodir.

Não importa!

Que venham dores,

Cores fortes escorrendo pelo chão,

Cansaço nos músculos,

Marcas de unhas.

O meu futuro está seguro,

O efêmero não mais levará meus grãos.

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