quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Meu coração

Cheguei a pensar que meu coração fosse viniciano,

Outras vezes pensei que fosse florbeliano,

Imaginei, ainda que pudesse ser maiakovskiano,

Cheguei a pensar que ele fosse, simplesmente, pós-moderno.

Não,

Meu coração não tem estilo.

Adapta-se ao vazio de modo belo

E no moldar-se de cada dia

Constrói suas muralhas que buscam alcançar o céu...

Talvez o resultado seja o mesmo da Torre de Babel

(ou não).

Quem sabe alcance o céu azul,

E num dia de chuva possa sentir as gotas mais grossas,

Possa tocar as nuvens cinzas e desmanchá-las como algodão...

Quem sabe alcance o céu

E possa conhecer São Pedro,

Santa Clara,

Santo Diego,

Todos os santos que na terra falam...

E se a muralha bem alta for,

Quem sabe meu humilde coração possa marcar uma audiência com Deus,

Partilhar suas angústias,

Suas dores...

E, quem sabe, Deus possa receitar um remédio

Que cure o mal que dominou meu presidiário coração.

Um comentário:

Unknown disse...

AU! adorei...
já tá registrado?

Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"