Cheguei a pensar que meu coração fosse viniciano,
Outras vezes pensei que fosse florbeliano,
Imaginei, ainda que pudesse ser maiakovskiano,
Cheguei a pensar que ele fosse, simplesmente, pós-moderno.
Não,
Meu coração não tem estilo.
Adapta-se ao vazio de modo belo
E no moldar-se de cada dia
Constrói suas muralhas que buscam alcançar o céu...
Talvez o resultado seja o mesmo da Torre de Babel
(ou não).
Quem sabe alcance o céu azul,
E num dia de chuva possa sentir as gotas mais grossas,
Possa tocar as nuvens cinzas e desmanchá-las como algodão...
Quem sabe alcance o céu
E possa conhecer São Pedro,
Santa Clara,
Santo Diego,
Todos os santos que na terra falam...
E se a muralha bem alta for,
Quem sabe meu humilde coração possa marcar uma audiência com Deus,
Partilhar suas angústias,
Suas dores...
E, quem sabe, Deus possa receitar um remédio
Que cure o mal que dominou meu presidiário coração.
Um comentário:
AU! adorei...
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