quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dor...

Quão grande é essa dor infinita e eterna
Que corrói o peito e vai soprando a alma pra bem longe.

Dor demasiada e angustiante
Com sentido confuso
E capa transparente
Conteúdo aglomerado,
Misturado,
Diverso.

Dor larga e profunda
Invasora, insana e inescrupulosa
Assassina, de má índole;

Dor fervorosa
Sorridente e eficaz,
Rápida destruidora de sonhos,
Desapegada a idealizações.

És forte e preponderante,
Destemida e impactante.
Tens a firmeza de uma rocha
E a segurança diabólica
Arrasando as construções “perfeitas”

Ah dor!
Quero tua ausência,
Teu fim,
Teu não-existir.

Ser tudo ou nada.

A vergonha do que fui

Supera a vergonha do que sou

Porque o que sou

É o resultado do que fui

Resta-me o resultado do que serei:

Mórbida,

Inerte,

Incrédula...

E o que vier será lucro.

Minh’alma resistirá ao TUDO

Mesmo sabendo que o tudo por vezes é NADA.

E sendo NADA, impossível ser TUDO.

O importante é ser um só.

Mesmo que ser único signifique ser vários,

Insistirei em ser uma apenas.

Para que, assim, ninguém tenha dificuldade de encontrar-me.

Só eu tenho esse direito

De perder-me quando for necessário,

Ou, quando, simplesmente, eu achar por bem perder-me...

E, nessa hora, infeliz de quem ousar encontrar-me,

Farei questão de desunificar minha alma,

Para esconder-me debaixo das máscaras,

Máscaras fixadas em meio ao nada...

Sempre prontas a me receber.

Repito: este o meu futuro...

Ser um apenas,

Mesmo que ser um signifique ser vários...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Alma suja

De tão pequeno e mesquinho
Perdeu-se no esgoto ao tentar um mergulho acrobata...
Engolindo a lama podre
Engasgando-se com a água negra
Sentindo a dor do impulso da queda
Foi morrendo gradativamente...

A multidão caminhava por cima do bueiro
Ninguém imaginava o que havia por baixo dali
Era pequeno demais para se perceber a olho nu.

O mundo não parou!
Os pés pisavam o cimento que o cobriam.
O velhinho, com sua banca de bombons,
Cuspia aquele buraco, seu vizinho.

O pequeno afogou-se.
Boiou junto aos moradores daquele lugar...
Inteiramente na sarjeta,
Ninguém o viu
E nem verá.

Ela sobre ele e vice-versa...





Ele, tranqüilo, amoroso, suave e encantador, guarda dentro de si uma tristeza inexplicável, que aos poucos começo a desvendar...


Ela se preocupa com coisas que vão além de suas forças, ela precisa encontrar um caminho melhor a seguir, ela precisa desafogar o peito.


Ele é cauteloso, dedicado, apreciador de todas as coisas e pessoas, capaz de confundir e, ao mesmo tempo, explicar. Amante incondicional da vida!


Ela brilha como um raio de sol, ela sente o inevitável, ela procura o velho em coisas novas, ela procura aquilo que precisa sentir e é isso que a mantém acesa.


Ele na sua simplicidade torna-se grande, na sua humildade torna-se soberano, com seu sorriso alegra o espírito de quem estiver perto...com seus lábios consegue proferir as melhores palavras... não as que se quer ouvir, mas as que se deve ouvir...


Ela fala sobre a minha humildade, mas ela é gentil, ela sabe te conduzir, adora jogos de amor, se sente nas nuvens, ela precisa realmente ser amada...

A saudade de um dia...

A saudade é para os fracos!
Tens saudade de mim?
Então tens pensamento incoerente
Ou não me amas como deverias.
Absurdo isso!
Chega a ser irritante.

Pois eu não tenho saudade de ti.
Simplesmente porque nunca estás ausente.
Só posso ter saudade do que não está presente.
Ora,
Acorda!
Você está 24 horas dentro de mim!

Perdição

Tentando compreender o incompreensível perdi-me.
E nessa perdição resolvi ficar e viver
Como se nela pudesse um dia encontrar a salvação.

E assim fui vivendo...
Esqueci de mim, lembrei de você,
Pensei nela, busquei outros...
Em nada acreditei.

Desisti de tentar encontrar solução,
Ali permaneci,
Na perdição...
Sem forças pra voltar,
E sem lembranças de onde era o princípio...

Você...




Doce e raro surgiu como o sol entre nuvens escuras...
Com olhar centralizado no tempo
E as palavras retiradas do coração
Vai moldando o ser que se apresenta de maneira, tantas vezes, inexplicável.
Sua alma, retalhada e costurada, busca a cada instante renovar-se...
E com seu sorriso consegue transmitir a simplicidade existente por trás da grandeza...
És belo não pelos olhos ou pela boca maravilhosa que Deus lhe deu,
És belo pela natureza do seu espírito e pela imensa bondade que carrega no peito.
Seu coração, de tão grande, nem cabe nesse mundo,
Por isso, tantas vezes viaja, procurando mais espaço.
Consegues transmitir uma paz inigualável,
Consegues ser o que queres ser, no momento que desejas...
Por isso acredito em você!

Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"