terça-feira, 6 de maio de 2008

Sou eu...

Quisera eu não saber quem eu sou. Ser um mistério crescente, cheio de glórias, de louvor. Quisera eu compreender-me, na mais profunda essência, justificando cada falha, colocando culpa na religião ou na ciência. Quisera eu ser mais complexa, cheia de códigos e entrelaçados...dar dor de cabeça ao meu amado, despertando curiosidade a toda hora. Quisera eu orgulhar-me do início ao fim da graça de Deus em mim, olhando para dentro e descobrindo facetas únicas, que me motivem a mostrar sempre o melhor de mim.. Não quero permanecer no pretérito mais-que-perfeito. Afinal, sou quase uma mulher Balzaquiana (um quase mais para longe, do que para perto) e preciso romper com o que me aprisiona e me faz ser o que muitas vezes nem sou. Previsível. E por que não? É previsível que hoje eu ame e amanhã odeie... que hoje queira sal, amanhã açúcar... que hoje eu me alegre com o sol, mas amanhã eu prefira a chuva... sim, isso também é previsível. Como é previsível eu começar e terminar antes que acabe... qual o problema? Pior seria terminar antes de começar. Sim, às vezes me utilizo de uma rala filosofia (se é que a filosofia permite tamanho insulto).Mudar? Tentativas em vão. Melhor é esquecer quem sou e tentar me redescobrir a cada dia como se o velho fosse novo, daí viver com a ilusão de que sou uma nova pessoa, transformada a partir de uma luta, um esforço, ou melhor, uma batalha comigo mesma. Batalha esta que me traria ao pódio como vencedora... pois, afinal, a luta era eu contra eu mesma...e mesmo que o placar fosse zero x zero, mesmo assim, eu seria vitoriosa. Louca? Bom, aqui tenho minhas dúvidas. Nem sei o que prefiro: ser ou não ser? Quanto a isso ainda não tenho conceitos formados, se é que loucos têm conceitos. Assim prefiro não ter nada a declarar. E não me julguem...pois em algum momento da vida a gente que ter nada a declarar... o nada também precisa ser declarado... e não só pelos que são culpados... acredito que os inocentes também têm esse direito. Tudo bem, deixo com vocês essa árdua tarefa... a partir daqui, quem sou, fica por conta de vocês. Mas não exagerem... vamos com calma.

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Labirinto

Labirinto
"Labirinto" me reporta a curvas, traços sinuosos de uma curva em volta de si mesmo, sensualidade sombreada por uma muralha de tijolos de pano, vestes que escondem, protegem mas também aprisionam...rs"